Todos nós temos aquele bichinho de querer ser melhor!!!
Melhor do que aquela pessoa que conhecemos, o ciclista do lado, ou simplesmente queremos melhorar a nossa marca e desafiar-nos a nós próprios.
Para que isso aconteça estamos todos cientes que temos que meter mais Watts em cada pedalada e aguentar mais tempo que na volta anterior.
Mas afinal, perante a ciência, como é que se faz um ciclista? Qual é o motor que faz o nosso avatar deslizar por Watopia? Como é que o podemos fazer mais rápido?
O ciclismo é um desporto que envolve duas vertentes chave: Por um lado a capacidade Cardio-respiratória, por outro lado a parte muscular. Cada uma tem um papel fundamental e ter uma sem ter a outra desenvolvida só nos leva a ficar para trás em qualquer tipo de pelotão.
A parte Cardio-respiratória é responsável pela entrega do oxigénio para os músculos. De uma forma simples: o oxigénio entra pelas vias aéreas até ao pulmão. No pulmão é filtrado para o sangue por troca com dióxido de carbono. É então transportado nos glóbulos vermelhos até às células de todo o corpo com a ajuda do coração, que funciona aqui como uma bomba de água para garantir a distribuição.

Assim, para garantirmos músculos bem nutridos de oxigénio temos que ter uma boa capacidade para respirar, um bom coração a bombear sangue e um bom número de glóbulos vermelhos para transportar esse mesmo oxigénio.
É nesta secção que entram alguns chavões que ouvimos frequentemente no mundo do desporto, tais como VO2 Max – a capacidade máxima que temos de entrega de oxigénio.
Para desenvolvermos esta parte fundamental de qualquer ciclista a chave é treinar. Alguns estudos apontam para que todo o tipo de treino acaba por beneficiar o desenvolvimento cardio-pulmonar, dando principal foco ao treino em séries de alta intensidade.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3774727/
Por outro lado, para favorecer o nosso motor Cardio-pulmonar para provas mais longas, também o treino em zona 2 durante períodos de tempo mais longos vão ser benéficos. Alguns estudos apontam para que os maiores benefícios destes últimos treinos aparecem a partir das 2h de evolução. Tudo isto deve ser adaptado como é óbvio a cada pessoa. Cada minuto em cima da bicicleta a rolar é sempre uma mais valia!
Em paralelo temos então a parte muscular. Não adianta termos uma capacidade Cardio-respiratória digna de um atleta de elite, se depois não temos força nas pernas para puxar!
Os músculos são feitos por células chamadas miócitos. Estas células foram feitas com uma única função, contrair, e é essa contração que leva ao movimento! No entanto nem todos os músculos são iguais! Aliás, podemos configurar os nossos músculos, os nossos miócitos, de forma diferente de acordo com aquilo que treinamos.
De uma forma simples podemos distinguir os músculos em dois grandes grupos, os de fibra curta e os de fibra longa.
Os músculos de fibra curta são músculos explosivos! Contraem de forma muito rápida e intensa! No entanto conseguem fazer este tipo de movimento muito poucas vezes! Não estão tão dependentes do oxigénio para funcionar pois o seu esforço é tão repentino que acabam por gastar todo o tipo de “alimento” que esteja por perto. Por outro lado os músculos de fibra longa não contraem tão depressa nem com tanta intensidade, no entanto são capazes de contrair vezes e vezes sem conta até à exaustão. Em grande parte porque usam como alimento o oxigénio distribuído da forma que vimos antes!
Facilmente percebemos que para um Sprint a presença de músculos de fibra curta pode garantir uma vitória, enquanto que para provas longas o segundo grupo é muito mais importante.
Um ciclista é sempre composto pelos dois tipos de fibras, podendo ter cada um deles mais ou menos desenvolvido dependendo do tipo de treino que faz!
Assim percebemos que a equação que faz um ciclista afinal é simples:

Sempre com sensatez e procurando a ajuda especializada para nos apoiar!
#RideOn!