Um dos aspectos que frequentemente desvalorizamos mas que é essencial é a nossa saúde mental. Se queremos um corpo ágil e em forma temos que ter a cabeça em sintonia!
Algumas das inúmeras vantagens do desporto são psicológicas:
A actividade física induz a produção de várias moléculas a nível cerebral, como dopamina e serotonina, responsáveis pela sensação de bem-estar, diversão e prazer!
Simultaneamente existe uma produção e descarga de adrenalina, o que nos dá a “pica” durante o exercício e a sensação de cansaço e calma que vem depois do mesmo.
Estes são apenas alguns dos responsáveis pelo vício que vamos desenvolvendo e por voltarmos sempre para cima da bicicleta, por muitas dores que ela nos traga!
A longo prazo, se bem gerido, isto funciona como uma bola de neve. Vamos fazendo exercício, vamos estimulando o nosso cérebro com dopamina e serotonina, vamos ficando cada vez com mais vontade de fazer exercício físico, vamos ficando melhores, tirando cada vez mais proveito da nossa actividade.
Simultaneamente, um cérebro “exercitado” torna-se um cérebro mais eficaz. Ficamos muito melhor organizados, com maior capacidade de resposta aos desafios do dia a dia.
O nosso corpo acompanha esta onda positiva do cérebro e adapta o seu metabolismo e funcionamento hormonal. Vamos ficar mais em forma e mimamos o nosso cérebro com aquilo que ele vê ao espelho!
A isto acrescenta-se ainda que o exercício frequente promove maior cansaço físico, bem estar psicológico e assim ajuda a regularizar o sono. Algo fundamental para a saúde física e mental.
Do ponto de vista psicológico o exercício é algo fortíssimo, capaz de tirar-nos fora de muitos buracos. Muitas vezes mais eficaz e barato que antidepressivos.
Não é por acaso que em alguns países, nomeadamente no norte de Europa, os médicos podem prescrever exercício físico aos seus doentes!
Não sendo esta uma excepção aos temas anteriores, também aqui o bom senso deve imperar! O exercício produz todos estes efeitos positivos a nível neurológico e psicológico se feito na medida certa e com a devida recuperação. Quando exageramos vamos levar a que os nossos receptores de Dopamina e Serotonina fiquem sobrecarregados e o nosso cérebro começar a ficar cada vez mais tolerante a estes neurotransmissores. É aqui que tudo aquilo pelo qual trabalhos pode ir água abaixo. Deixamos de tirar prazer do exercício, sentimo-nos fartos e que é apenas mais uma obrigação. Começamos a sentir a fadiga, cada vez maior e desproporcional aos nossos treinos. Deixamos de ser eficazes ou organizados e inevitavelmente acaba por voltar alguma tristeza que podíamos sentir antes de praticar exercício. O próprio corpo acaba por alterar todo o seu metabolismo e resposta hormonal e começamos a descansar pior e a perder a nossa condição física. A bola de neve começa a descer a encosta errada.
Nesta altura de pandemia, com tudo o que cada um de nós está a passar – seja trabalhar mais, trabalhar menos, não ter trabalho, não poder sair de casa, não poder fazer muitas das coisas que gostamos, não poder estar com quem mais gostamos, perder entes queridos- é extremamente importante manter algo que nos aponte uma direção. Que obrigue o nosso corpo e cérebro a funcionar em harmonia e a puxar-nos para a frente.
O exercício tem esse papel!
A saúde mental é algo que nunca deve ser desprezada, e em Portugal infelizmente não só não aprendemos nada sobre o que é a saúde mental, como não parece existir nada organizado no sentido de a melhorarmos.
É aqui que pequenas comunidades como a TugaZ podem fazer diferença em cada pessoa a quem chega. Somos muitos a puxar uns pelos outros! Puxamos pelas pernas e muito mais!
#Ride On