A velocidade em cima de uma bicicleta resume-se a dois componentes:
Potência e aerodinâmica.

Estes dois componentes tem algo fundamental em comum, a posição do ciclista em cima da bicicleta.

A posição do ciclista deve estar optimizada para produzir a menor resistência ao vento possível, maximizando ao mesmo tempo a capacidade de impor peso e força nos pedais.
Alguns pontos chave para isso prende-se com:
A posição das costas, quanto mais baixas e rectilíneas melhor.
A posição dos joelhos, em linha recta com os pedais, no intuito de possibilitar o máximo de transferência de força possível. Estes ao mesmo tempo devem conservar uma posição paralela ao quadro da bicicleta para evitar aumentar a resistência ao vento!
A própria posição do selim, mais para a frente ou mais para trás acaba por influenciar, por um lado a posição das costas, por outro altera a posição da bacia e assim a transferência de força para as pernas e para os pedais.
A própria posição dos cleats nos sapatos são essenciais para assegurar o máximo de força transmitida para os pedais.

Todos adorávamos ser umas verdadeiras balas, ter uma posição super aerodinâmica. Mas quase nenhum de nós consegue isso. Por um lado porque isso nos limita a força nos pedais. Por outro lado por questões posturais e de flexibilidade de cada um.
É aqui que entra a importância do Bikefit. No fundo um verdadeiro Bikefit vai procurar o equilíbrio entre a posição mais aerodinâmica que conseguimos manter e a posição que nos permite debitar mais Watts.

Enquanto que há pessoas que conseguem ter noção da sua postura e sensibilidade para ajustar algumas coisas em casa, outras nem tanto. Simultaneamente é preciso ter em conta que há pessoas que tem uma tendência para lesão muito elevada, e que são “hiper-sensíveis” a alterações de postura. Já outras acabam por se adaptar a novas posturas de forma muito natural, e raramente desenvolvem lesões relacionadas com isso.
Isto é importante para distinguir quem mais vai beneficiar de um Bikefit profissional. Ajustar a nossa posição em cima da bicicleta é algo que todos mais cedo ou mais tarde tentamos fazer por iniciativa própria. No entanto é preciso ter em conta todas as questões levantadas anteriormente. O risco de adoptarmos uma postura incorrecta ou de irmos para lá dos nossos limites é elevada, e assim arriscamos uma nova lesão.

Assim sendo, enquanto médico, aconselho que todos tenham bom senso na hora de ajustar a sua posição na bicicleta.
Façam pesquisa extensa, conheçam-se e conheçam os vossos limites. Se vocês tem uma tendência particular para lesões, não o façam de forma independente, procurem ajuda de quem mais percebe do assunto. Por outro lado, se pensam no ciclismo de uma forma mais séria, também será essencial a avaliação por alguém experiente!
Se são daquelas pessoas que se adaptam bem às mudanças de posição, que não desenvolvem lesões facilmente, podem tentar realizar pequenos ajustes, procurando sempre sinais de alarme: dor articular (joelhos, ancas, costas), dores musculares assimétricas ou desproporcionais ao exercício feito.

A posição em cima da bicicleta é algo frequentemente desvalorizado, e que todos pensamos conseguir ajustar de forma autónoma ou eventualmente com ajuda de alguns vídeos do YouTube. A verdade anda longe disso. Uma postura correcta e adaptada a cada ciclista é essencial sobretudo para prolongar a nossa vida em cima de duas rodas!
Ciclista que pode rodar é ciclista feliz!

#Ride On

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